Blue Monday, também conhecido como o dia mais triste do ano (tipicamente a terceira segunda-feira do mês de janeiro), se tornou uma lenda espalhada mundo afora, principalmente aqui no Reino Unido.
Essa data nada mais é do que uma jogada de marketing, parte de uma campanha da empresa de viagens Sky Travel que, em 2005, alegou ter calculado a data usando uma equação. A idéia é ridicularizada por cientistas como uma data ‘nonsense’.
Isso foi publicado em um comunicado de imprensa sob o nome de Cliff Arnall, na época, professor na Universidade de Cardiff. Mas Ben Goldacre (colunista do jornal inglês The Guardian) informou que o comunicado de imprensa foi entregue pela agência de relações públicas Porter Novelli para os acadêmicos e que a agência ofereceu dinheiro para que eles colocassem seus nomes. O jornal The Guardian depois publicou um comunicado da Universidade de Cardiff distanciando-se de Arnall: “a Universidade de Cardiff pediu-nos para salientar que Cliff Arnall (…) era um ex-tutor durante meio período na universidade, mas saiu em fevereiro.”
Variações da história têm sido repetidamente reutilizadas por outras empresas em comunicados de imprensa, como em 2014, que ‘Blue Monday’ foi usado por empresas de água mineral e bebidas alcoólicas. Algumas versões da história pretendem analisar as tendências em mensagens de mídia social para calcular a data.
Arnall disse que a data foi ‘descoberta’ para ajudar uma empresa de viagens “ a analisar quando as pessoas reservavam férias e as tendências de férias” e usou muitos fatores, incluindo: condições climáticas, o nível de dívidas (a diferença entre a dívida acumulada e da nossa capacidade de pagamento), o tempo desde o Natal, tempo de falha nas resoluções do nosso ano novo, baixos níveis de motivação e sentimento de uma necessidade de tomar medidas.
Ben Goldacre observou que as equações “falham mesmo até no sentido matemático em seus próprios termos”, salientando que, sob a equação original de Arnall, fazer as malas para dez horas ou para 40 sempre serão boas férias e que “você pode ter um fim de semana maravilhoso ficando em casa e cortar seu tempo de viagem a zero”. Dean Burnett, um neurocientista que já trabalhou no departamento de psicologia da Universidade de Cardiff, descreveu o trabalho como “uma farsa”, com “medidas absurdas”.
Arnall também diz, em um comunicado de imprensa de uma empresa de sorvete, que ele calculou o dia mais feliz do ano em 2005, 24 de junho, em 2006, 23 de junho, em 2008, 20 junho, em 2009, 19 de junho, e em 2010, 18 de Junho. Até agora, esta data tem caído perto de meio do verão no Hemisfério Norte (21 de junho a 24).
Fonte: en.wikipedia.org